terça-feira, 26 de abril de 2016

Perguntas do metamodelo


O metamodelo consiste uma análise da linguagem do paciente e a percepção de padrões que limitam o mesmo. Ele é usado para remover impedimentos, limitações,  melhorar o que já está bom e em outras palavras: Expandir seu modelo de mundo usando as perguntas elaboradas.

As perguntas do metamodelo não são feitas pelo acaso ou por um "sorteio" de cartas. São perguntas realizadas dentro de um contexto e com um objetivo, é preciso treinar, treinar e treinar para saber quando se deve usar uma pergunta e quando não se deve.

Sabendo identificar cada processo (GED) do metamodelo, temos algumas perguntas que usamos:

Generalização:

Generalizações são tudo aquilo que expressamos em quantidade, quando aumentamos, expandimos.
Uma mulher foi em uma festa, curtiu a noite toda, no final da festa derramaram vinho em seu vestido, logo ela afirma essa festa foi horrível.

Quantificadores universais

  • São os 'sempre', 'nunca', 'sou', 'é', 'todos'. São palavras que generalizão uma quantidade, muitos. Exemplo: Todas as pessoas me olham torto.
  • Para desafiar esse quantificador universal, todas as pessoas você tem o objetivo de especificar a quem ou quais pessoas o seu cliente diz, isso se faz perguntando uma contradição: "Puxa, todas pessoas? Até eu que sou seu terapeuta?" "UAU, então quer dizer que TODO o MUNDO para de agir para olhar para você?".
    A ideia é que o cliente perceba a generalização que ele faz e especifique a quem ou a qual momento ele se refere.
Exagerar a declaração do cliente pode ser uma boa desde que você esteja em rapport com ele, se você não sabe se pode exagerar a declaração dele, não exagere e siga as perguntas a 'risca'.

Operador modal de necessidade

  • São expressados com palavras de necessidade: devo, preciso, é necessário.
  • Para desafiar e expandir o modelo de mundo do cliente ou o seu, pergunte a consequência da ação ou procure um contra exemplo.
    Exemplo: "Eu preciso terminar esse trabalho até amanhã!" Você pode responder: "O que aconteceria se você não termina-se?" ou "Já aconteceu alguma vez que você termina-se depois o trabalho e você fica-se bem e seguro?"
  • O objetivo é o cliente declarar a consequência da sua ação ou inação e ele rever o exagero da declaração, assim ele poderá descobrir o que ele não "processava" em sua mente com a experiência.
  • Sempre haverá impedimentos, mesmo que o cliente não declare verbalmente, ele estará declarando o problema pela linguagem corporal. Cabe a você que é terapeuta ou coach, saber identificar quando o cliente está sendo coerente e quando há uma incoerência.

Operador modal de possibilidade

  • São expressado com palavras de impossibilidade ou possibilidade, como: posso, não posso, sou impedido, capaz, incapaz, possível, impossível, consigo, não consigo etc...
  • O objetivo é identificar a causa e o problema. Fazer com que o seu cliente imagine-se na possibilidade.
    Exemplo: "Eu não consigo aprender inglês", e você lhe pergunta "O que te impede de aprender inglês?", "O que aconteceria se você estiver aprendendo inglês?", "Imagine como seria se você estivesse aprendendo inglês".
  • Isso faz com que o cliente imagine uma experiência que não havia colocado em sua mente, o que liberta ele. O objetivo é dar a nova possibilidade e continuar o caminho por ela.
  • Uma metáfora boa para definir isso é como se você abri-se uma porta para o seu cliente, mas ele nunca quis ir ver se ela realmente estava trancada, apenas não girou a maçaneta.

Eliminação

Eliminação é remover a ação da experiência ou o autor da ação.
A casa foi construída. É mesmo? Por quem?
Roubaram la em casa. Como roubaram e por onde? 

Omissão Simples

  • Em uma omissão simples, o substantivo ou processo foi omitido da frase.
    Exemplo: Fizeram maldades.
    Quem fez as maldades e o que especificamente é a maldade?
  • O objetivo é você especificar toda a frase.
  • Uma dica muito boa para omissão simples é: imagine a cena apenas com o que o cliente diz, com isso, você irá precisar perguntar mais detalhes para completar o filme.
  • Jamais complete ou ache que já sabe o que o cliente pensa ou relata, fazer isso não é metamodelar, pois, o metamodelo é diferente de suposição e interpletação!

Omissão comparativa

  • Uma comparação é feita, mas não se define o que ou a quem esta se comparando.
  • Exemplo: "Eu fui péssimo naquela entrevista".
    Solução: "Você foi péssimo comparado a quem?".
  • O objetivo da omissão comparativa é recuperar com quem a comparação esta sendo feita, as vezes a pessoa esta se comparando com algo irreal.
  • Um exemplo é os jovens que querem ser ricos mas ficam frustrados quando recebem os primeiros R$100,00.
  • Tudo não passa da comparação da sua cabeça. Quando temos boas comparações, somos motivados.

Execução perdida ou julgamento

  • Sempre que alguém fala palavras terminando em "mente", provavelmente, necessariamente, incrivelmente, logicamente etc..
  • Exemplo: "Obviamente que ele está errado".
  • Solução: conteste a pessoa com a pergunta - "Para quem está obvio e e que especificamente esta errado?". 
  • O objetivo é recuperar a comparação e julgamento que a pessoa faz em sua cabeça.
  • É necessário perguntar para quem a ação esta obvia e quais critérios ele leva em consideração.
  • Assim você pode compreender como o seu cliente ou outra pessoa pensa, com quais critérios ela baseia a sua ação.

Índice referencial não especificado

  • Alguma coisa aconteceu, mas não esta claro quem a fez nem quem foi afetado pela ação.
  • Exemplo: "Os erros cometidos provocaram danos irreparáveis aos cofres públicos".
  • Solução: "que erros foram cometidos e por quem? A quem foi cometido danos e quais?".
  • O objetivo é saber de quem foi a ação e quem foi afetado por ela.
  • Os jornais adoram usar a falta de índice referencial em suas matérias.

Verbo não especificado

  • Algo foi feito mas não esta óbvio como foi feito
  • Exemplo: "Eu comprei o carro novo"
  • Solução: "Como especificamente você comprou o carro?"
  • Objetivo, saber o processo que a pessoa irá realizar ou realizou para alcançar o objetivo.

Distorção

Distorção é mudar o significado real ou dar um significado para a experiência, sendo ele útil ou não.
Distorcer algo é produtivo, pois, quando lembramos do nosso dia em minutos, estamos distorcendo o tempo que vivemos para poucos minutos, mas também pode ser terrível: generalizar uma festa inteira por causa de um momento ruim.

Equivalências complexas

  • Equivalências complexas são quando dois fatos avulsos são ligados pela mente da pessoa.
  • Exemplo: "Eu não tenho dinheiro, sou um fracasso!"
  • Solução: pergunte ao cliente - Exatamente como não estar tendo dinheiro faz de você ser um fracasso?" Ou então ache um contra exemplo, "Você conhece alguém que é um sucesso independente do dinheiro que ela está ganhando?"
  • O objetivo é procurar um contra exemplo para a pessoa rever sua afirmação removendo os fatos avulsos.
  • Um outro exemplo é: "Não vou falar  com ele para não chateá-lo".
    Como o fato de você falar com ele vai chateá-lo? Você tem um rádio que prevê as emoções dele?

Nominalização

  • Nominalização são afirmações que transformam um processo em algo estático, ou seja, transforma um verbo em um substantivo.
  • Exemplo: "Eu tenho muitas frustrações em meu relacionamento"
  • Solução: "O que especificamente esta lhe frustrando você em seu relacionamento?
  • Transforme o substantivo em um verbo para a pessoa retomar o processo que corre e resulta em frustração. Transforme frustração em frustrando. Transforme amor em amando.
  • Outra maneira de encontrar nominalizações, é você imaginar um carrinho de supermercado e colocar a palavra dentro dele.
    Exemplo: Laranja você pode colocar dentro do carrinho de supermercado, porém, a palavra "paixão" não pode ser colocada dentro do carrinho por que ela não é um substantivo, é um verbo que sofreu uma nominalização. Tudo o que você conseguir colocar no carrinho é um objeto existente e tudo que não puder ser colocado é uma nominalização.

Leitura mental

  • Leitura mental ocorre quando uma pessoa pensa que a outra pode saber sua real intenção ou ler seus pensamentos.
  • Exemplo: "Eu sei o que você esta pensando a meu respeito".
  • Solução: "Sabe? Pode me dizer o que é?" ou "Como sabe? Eu te contei por acaso?" ou até "Se você sabe, por que não joga na loteria, com esses poderes de vidente você acertaria eles!".
  • Leitura mental é em sí uma pressuposição sobre o que as outras pessoas estão pensando.

Leitura mental invertida

  • Leitura mental invertida pressupõe que o outro deveria saber o que se passa na cabeça do falante.
  • Exemplo: "Se você realmente me amasse, saberia do que eu gosto" ou "Se você me ama-se, saberia que eu não gosto disso".
  • Solução: "Como eu poderia saber? O fato de eu te amar não me conceta aos seus pensamentos".

Causa e efeito

  • Causa e efeito é semelhante a equivalência complexa, porém ela diz sobre uma pessoa afirmar que uma causa externa fez alguma intervenção emocional nela.
  • Exemplo: "Ele me fez trai-lo com seu tom de voz estúpido!".
  • Solução: "Então ele possui esse poder sobre você? Basta usar o tom de voz que você faz algo?"

Causa e efeito invertida

  • Causa e efeito invertida é a pressuposição de que o falante possui o 'poder' de influenciar o estado emocional de outra pessoa.
  • Exemplo: "Eu fiz uma reza brava e imediatamente a pessoa caiu!" ou "Ela ficou se correndo por dentro por eu ir com esse vestido!".
  • Solução: "Então você tem o poder sobre a pessoa? Como se você tivesse um botão de liga e desliga sobre a ação da pessoa?" ou "Já que você tem esse poder todo, como será que até hoje você não fez a pessoa ser melhor com você?".

Pressuposição

  • A pressuposição está implícita, mas não abertamente afirmada pelo falante.
  • Exemplo: "Por que você não faz nada direito?" (Pressupõe que a pessoa não faz nada direito)
  • Solução: "Você pensa que sou incapaz de fazer algo direito?" ou "Você esta errado, aprendo muitas coisas, como saber identificar essa sua pressuposição" ou "Direito para quem? Você? Pois para mim dentro dos meus parâmetros esta certo."
  • Pressuposições são bastante usadas no nosso cotidiano. São usadas bastantes com perguntas, mas não apenas.
Agora o que fazer? Essas perguntas do metamodelo são para serem usadas, só devemos usar elas quando o cliente esta passando por momentos limitantes, sem opções, impondo limites e barreiras inexistentes sobre o seu comportamento.
Mas também é usado para expandir capacidades e melhorar o que já é bom.

O metamodelo usa o GED - Generalização, eliminação e distorção. Perceba que quando você esta generalizando, você esta eliminando informações, com isso, você distorce a informação real, logo, em todas as frases você esta usando todos os processos, a questão é: qual eu devo usar para qual fim produtivo?

Dicas de treino: Comece com as generalizações, mude elas em seu pensamento, conteste a si mesmo quando usar alguma generalização, faça isso durante uma semana até ficar habituado, depois na semana seguinte, treine consigo as eliminações e na seguinte as distorções.

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